Quando o Corpo Pede Ajuda… e a Alma Também

Durante anos, ela viveu com dores. Não eram dores qualquer. Eram aquelas dores silenciosas que se escondem atrás do “é normal” que tantas mulheres ouvem durante a fase pré-menstrual. Cólica intensa, desconforto, mudanças de humor, cansaço extremo. Todos os meses, como um relógio, o corpo dava sinais… e ninguém escutava de verdade.

Houve também um mês específico, sempre o mesmo, em que a menstruação simplesmente não vinha. Todos os anos, outubro trazia um vazio físico que era, na verdade, um eco emocional. Um lembrete silencioso de um aborto vivido aos cinco meses de gestação, a 22 de outubro. Um luto que o tempo não apagou e que o corpo não esqueceu.

Aos 40 anos, veio o que para muitas mulheres é conhecido, mas pouco falado: crises de ansiedade, instabilidade emocional, sensação de estar à deriva dentro de si mesma. Era como se tudo aquilo que tinha ficado guardado durante anos — as dores, as perdas, os silêncios — tivesse decidido vir à tona de uma só vez.

Foi nesse momento que ela chegou à homeopatia. E tudo começou a mudar.

A escuta que vai além dos sintomas

A homeopatia não ofereceu apenas medicamentos. Ofereceu escuta. Acolhimento. Um olhar que viu para além dos sintomas. Que entendeu que aquela menstruação ausente num mês específico tinha uma história. Que aquela ansiedade atual talvez tivesse raízes em perdas mal resolvidas. Que o corpo e a alma falam a mesma língua — e que é possível cuidar de ambos ao mesmo tempo.

Com o tratamento homeopático, os ciclos menstruais começaram a regular-se. Aquelas dores pré-menstruais, que pareciam inevitáveis, passaram a ser raras. E a estabilidade emocional, aquela sensação de estar finalmente em casa dentro de si, tornou-se uma realidade.

E então, um dia, recebi esta mensagem:

“Desde há 14 anos, a data da minha perda gestacional a 22 de outubro, nunca mais tinha tido menstruação em outubro. Este mês foi o primeiro 🙏🏼🦋Menstruação desceu hoje, sem sintomas pré-menstruais alguns ”

Foi como se o corpo dissesse: “Agora posso. Agora estou pronta.”Um ciclo fechado. Uma ferida que começou a cicatrizar. Uma libertação, finalmente.

O corpo que sente tudo

Depois vieram outras provações: duas infeções por Covid, três vacinações. E, com isso, novas complicações físicas. O corpo, mais uma vez, respondeu. Porque o corpo sente tudo. O que entra, o que sai, o que não foi digerido, o que ficou por resolver. Mas desta vez, havia já um caminho. Um acompanhamento. Um processo em andamento. A homeopatia não ficou para trás — acompanhou cada etapa, cuidando do que era visível e do que não era.

E foi nesse processo que surgiu algo ainda mais bonito: a construção de uma relação de confiança. A homeopatia deixou de ser apenas um tratamento. Tornou-se uma viagem. Uma caminhada feita a duas, com partilha, cuidado, verdade. Um espaço seguro onde existe escuta, dedicação, e acima de tudo… presença.

Uma medicina que cuida com amor

Hoje, ela vive com mais leveza. O corpo já não carrega as mesmas dores de antes. A menstruação voltou a fluir naturalmente — até naquele mês que, durante 14 anos, trouxe silêncio e dor. A ansiedade deu lugar a uma estabilidade tranquila. E o mais bonito: o caminho da cura continua a acontecer, com consciência, com apoio, com escuta verdadeira.

Este processo não apagou a sua história. Mas permitiu-lhe ressignificá-la. E, acima de tudo, recuperar a ligação com o seu corpo, com a sua força, com o seu sentir.

A homeopatia, neste caso, não foi apenas uma resposta clínica. Foi um reencontro com o que estava adormecido. Um passo em direção a uma saúde mais íntegra, mais profunda e mais verdadeira — para ela, e para o seu filho.

Nem sempre conseguimos explicar com palavras o que acontece quando começamos a cuidar de dentro para fora. Mas o corpo sabe. Ele responde. Ele agradece.

E quando isso acontece, tudo muda.