GRAVIDEZ - O portal que me transformou
- Filipa Abreu
- 8 de dez.
- 4 min de leitura
A gravidez e os primeiros anos de vida não são apenas capítulos bonitos da vida, são fundações.
É neste período que se constrói muito mais do que um corpo saudável — constrói-se o adulto que essa criança um dia será - o sistema imunitário, a resistência à doença, a forma como o corpo responde ao stress, o equilíbrio emocional e até a maneira como essa pessoa vai habitar o próprio corpo começam a ser moldados aqui.
Tudo o que fortalece a saúde da mãe fortalece diretamente a saúde do bebé.
O corpo da mulher é o primeiro ecossistema de um ser humano.
E sempre que é possível evitar a exposição precoce a substâncias químicas desnecessárias, está-se a cuidar não apenas do presente… mas da saúde futura.
Hoje, sei isto com o corpo inteiro.
Mas houve um tempo em que eu pensava de forma muito diferente.
Antes de ser mãe, eu achava que entendia o corpo humano, tinha estudado para isso, tinha aprendido a olhar para a doença como um conjunto de erros a corrigir, sistemas a ajustar, sintomas a abafar e processos a eliminar.
Na Faculdade de Farmácia ensinaram-me a ver o corpo quase como uma máquina, se uma peça falhava substituía-se, se algo funcionava mal, corrigia-se, se surgia um sintoma, eliminava-se.
E durante muito tempo isso fez sentido para mim, parecia lógico e racional.
Mas foi a maternidade que abalou esse edifício inteiro. Foi a gravidez que me colocou, pela primeira vez, diante de uma pergunta silenciosa que não vinha nos livros:
E se o corpo não estiver a errar… mas a tentar curar-se?
Quando o meu primeiro filho nasceu, algo em mim mudou de forma tão profunda que eu não consegui mais ignorar.
A minha intuição começou a falar mais alto, a minha sensibilidade tornou-se mais fina, a minha forma de escutar — o meu corpo, o corpo do meu filho e a própria vida — transformou-se.
Era como se eu tivesse sido iniciada numa outra forma de ver, menos técnica, mais viva, com menos combate e mais compreensão.
Não foi uma decisão racional, foi um sentir que crescia por dentro, dia após dia, como se uma nova camada de consciência estivesse a nascer juntamente com o meu filho.
E então veio a primeira grande prova.
A primeira otite e a primeira quebra
Na primeira otite do meu filho, eu senti o conflito dentro de mim com toda a força. A farmacêutica formada ainda sussurrava os protocolos, a mãe recém-nascida sentia outra coisa.
À minha volta, a resposta era automática: antibiótico, mas dentro de mim havia uma recusa suave e firme. Não era rebeldia, não era negação. Era uma clareza silenciosa que me dizia:não tem de ser assim.
E isso foi assustador, porque ir contra o que nos ensinaram implica atravessar solidões internas. Implica confiar sem garantias visíveis, implica escutar aquela voz que não tem diploma, mas tem verdade.
Foi nesse momento que recorri pela primeira vez à homeopatia com o meu filho, não como teoria, mas como escolha viva.
Observei.
Acompanhei.
Esperei.
E o corpo dele respondeu.
Recuperou completamente - sem antibióticos, sem complicações, sem outras intervenções.
Ali caiu por terra uma das crenças mais profundas que eu trazia da faculdade: que todas as infeções bacterianas precisam necessariamente de antibiótico. Que sem isso “não vai lá”.
Foi o meu primeiro grande rasgo interno.
Não porque eu tenha rejeitado a medicina…mas porque passei a vê-la com outros olhos.
Percebi que o corpo não é um inimigo, que nem tudo precisa ser abafado. Percebi que, muitas vezes, curar não é eliminar — é sustentar.
Quando a maternidade rompe o paradigma
Foi com a maternidade que entrei em contacto com algo para o qual a faculdade nunca me preparou: a força avassaladora da inteligência que nos habita.
Uma inteligência que organiza, regula, compensa e recria constantemente, mesmo sem a nossa intervenção. Uma inteligência que não funciona por erro aleatório — mas por resposta adaptativa.
Foi ali, no corpo do meu filho e no meu próprio corpo de mulher, que compreendi: a doença não é apenas uma falha. É muitas vezes uma tentativa de reorganização.
E isso mudou tudo.
Mudou a forma como vejo sintomas, a forma como penso saúde, a forma como trabalho hoje.
Foi nesse momento que conheci verdadeiramente a homeopatia.
O que me move a partilhar isto
Depois de tudo o que vivi como mulher, mãe e profissional de saúde, percebi uma coisa muito simples: a gravidez e os primeiros anos de vida marcam profundamente a saúde da criança e do adulto que ela se tornará.
E quanto menos interferência química desnecessária existir nesse início, mais espaço o organismo tem para construir uma base sólida de saúde. Não por ideologia, mas por respeito aos processos naturais de maturação do corpo.
Foi por isso que senti um grande desejo de partilhar o conhecimento de como usar Homeopatia da gravidez aos primeiros meses do bebé, e criei Um guia para ajudar a observar melhor o corpo, compreender os sinais e apoiar o organismo — da mãe e do bebé — em situações comuns como gravidez, parto, pós-parto, cólicas, febres, infeções, dentição e pequenas doenças da infância.
Não para substituir a medicina convencional, mas para te mostrar como cuidar com mais consciência, mais critério e com uma medicina Natural. Descobre tudo aqui: https://www.filipaabreuhomeopata.com/workshop-gravidas


Comentários